sábado, 11 de janeiro de 2020

Confimado! Irã enfim admite que derrubou o avião da Ucrânia “por erro humano”


Fusilagem do avião vista nos arredores do aeroporto internacional de Teerã Foto: Wana News Agency / VIA REUTERS / 08-01-2020
Todos morreram e só restaram pequenos pedaços do Boeing
Deu em O Globo
Depois de dois dias de negativas, o Irã admitiu na manhã deste sábado em Teerã (início da madrugada no Brasil) que derrubou “por erro humano” o Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines que caiu perto de Teerã na quarta-feira com 176 pessoas a bordo. Na quinta-feira, os governos dos Estados Unidos, do Canadá e do Reino Unido haviam levantado essa possibilidade, citando informações de inteligência.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse, pelo Twitter, que o país “lamenta profundamente” o incidente, que chamou de “grande tragédia” e “erro imperdoável”. “A investigação interna das Forças Armadas concluiu que lamentavelmente mísseis lançados por erro humano causaram o impacto terrível no avião e a morte de 176 pessoas inocentes”, afirmou Rouhani.
PEDINDO DESCULPAS – “Um dia triste. Conclusões preliminares de uma investigação interna das Forças Armadas: um erro humano em tempo de crise causada pelo aventureirismo americano levou ao desastre. Nossas profundas condolências e pedidos de desculpas ao nosso povo, às famílias das vítimas e às outras nações afetadas”, escreveu o chanceler do país, Javad Zarif, também pelo Twitter.
O comunicado divulgado pelos militares iranianos afirmou que o o avião “assumiu a posição de voo e a atitude de um alvo inimigo” ao se aproximar de uma base da Guarda Revolucionária. “Nessas circunstâncias, por causa de erro humano”, o avião “ficou sob fogo”, disse o comunicado.
RESPONSABILIDADE – O texto acrescentou que a pessoa responsável por derrubar o avião seria legalmente responsabilizada, e que os militares fariam “uma grande reforma operacional de todas as forças armadas” do país para garantir que o erro não se repita. A nota disse ainda que oficiais da Guarda Revolucionária iriam à TV para dar uma explicação completa sobre o ocorrido.
Na sexta-feira, o governo iraniano havia informado que faria um comunicado neste sábado sobre a tragédia, depois de uma reunião da Comissão de Investigações de Acidentes, que contou com representantes de outros países que tinham cidadãos no voo, incluindo investigadores ucranianos que estão no Irã desde quinta-feira.
176 MORTOS – O Boeing 737-800 da empresa ucraniana deixou o aeroporto de Teerã-Imã Khomeini às 6h12 de quarta-feira pelo horário local (23h42 de terça-feira no Brasil), com 176 pessoas a bordo. Pouco mais de dois minutos depois, a aeronave desapareceu dos radares, e caiu às 6h18 em um terreno nos arredores da capital iraniana. Ninguém sobreviveu.
Cinco horas antes da queda do avião, o Irã lançou uma série de mísseis contra posições americanas no Iraque, uma retaliação ao assassinato do general Qassem Soleimani, morto por um drone dos A quando saia do aeroporto de Bagdá no dia 3 de janeiro.
Nas redes sociais, muitos iranianos que dias antes haviam se reunido para lamentar a morte de Soleimani começaram a expressar raiva dos militares. “Supunha-se que eles se vingariam dos Estados Unidos, não do povo”, disse a jornalistab Mojtaba Fathi.
DOIS FOGUETES – Segundo disseram na  quinta-feira fontes da inteligência americana, teriam sido disparados dois foguetes do sistema de defesa SA-15, de fabricação russa e que estariam posicionados perto do aeroporto. As suspeitas haviam sido reforçadas pelo premier canadense Justin Trudeau no mesmo dia: ele disse que os indícios apontavam que o avião foi abatido por um míssil iraniano terra-ar. Ainda na quinta, o governo do Irã chamou especialistas do Canadá e da Junta Nacional de Transportes dos EUA para participar das investigações.
Segundo a contabilidade da Ucrânia, havia 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos e três britânicos a bordo do Boeing. Outros 11 eram ucranianos, incluindo nove tripulantes.
No dia do acidente, as autoridades de aviação iranianas haviam sustentado que o avião caiu por causa de uma falha técnica. Os primeiros rumores de que o Boeing poderia ter sido abatido por engano começaram dentro do Irã. Cidadãos do país questionavam por que o tráfego aéreo não havia sido interrompido depois que a Guarda Revolucionária realizou o ataque às bases no Iraque que abrigam soldados dos EUA.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Imagine-se como devem ter “comemorado” os dois imbecis que acionaram os foguetes, pensando que o avião de transporte civil era norte-americano… 
(C.N.)

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